segunda-feira, 31 de outubro de 2011

9. Identidade

9.
Identidade
Ninguém é igual a ninguém. Mas ao longo da vida, a gente acaba descobrindo que tem pessoas mais parecidas com a gente e outras nem tanto. E é nessa relação de alteridade, no diálogo, no jogo de oposições e aproximações que formamos nossa identidade.
 
Às vezes a gente acaba pertencendo a este ou aquele grupo por escolha, mas certas características identitárias têm a ver com o país onde nascemos, a família de onde viemos, a cultura da qual fazemos parte, a língua que falamos, nosso gênero, nossa cor, etc.
 
Diferenças existem. Vão existir sempre. E é bom que existam. O problema é quando as diferenças servem para produzir preconceitos e desigualdades. É fundamental que a escola seja um espaço de valorização da identidade e da diversidade. E um dos passos é romper com a vinculação do negro à escravidão, como se a herança negra e africana ao Brasil se resumisse à mão de obra. Joaquim Nabuco disse: “Os negros deram um povo ao Brasil”. É o reconhecimento da função civilizadora dos negros no Brasil, como explica o escritor e professor Muniz Sodré. É a afirmação do patrimônio e dos valores civilizatórios afro-brasileiros e, consequentemente, da nossa humanidade e brasilidade.
 
Valorizar a identidade étnico racial dos alunos vem sendo um dos objetivos de uma iniciativa realizada no estado de São Paulo. O projeto pedagógico se chama “Minha e a sua identidade! Nossa diversidade”, do CEU EMEI Aricanduva, um dos vencedores da 4ª edição do Prêmio Educar para a Igualdade Racial.
 
Um dos desafios enfrentados pelos professores é a questão da religiosidade. E uma das alternativas foi utilizar a literatura e a música, assim a questão dos mitos africanos e da ancestralidade pode ser trabalhada de forma lúdica. A valorização da identidade pode trazer resultados surpreendentes não só em termos de aprendizado, mas também na forma como o aluno se coloca diante do mundo.
 
Já o projeto “Um pouco de nós, um pouco da África”, da Escola Bibliotecária Maria Luisa Monteiro da Cunha, em São Paulo, também um dos ganhadores da 4ª edição do Prêmio Educar para a Igualdade Racial, trabalha a questão da identidade através da arte! Os alunos foram convidados a confeccionar bonecos, cartazes e outros materiais que são guardados em caixas que servem como portfólios. Esta tarefa acabou contagiando toda a escola.
 
Gênero, raça, etnia, orientação sexual, origem geográfica, língua, religião, herança histórica, posicionamento político, comportamento alimentar, time de futebol, categoria profissional... É, vários aspectos sócio-políticos, históricos e culturais podem compor a identidade de um indivíduo. E as pessoas, que já não nascem iguais umas as outras, tornam-se ao longo da vida ainda mais únicas, originais, diferentes. E viva a diferença!

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