segunda-feira, 31 de outubro de 2011

11. Arte

11.
Arte
 
A palavra arte vem do latim “ars”, que por sua vez corresponde ao termo grego “tékne”. Ambas as definições podem ser traduzidas como as técnicas, os meios para se criar, fabricar ou produzir algo. Mas o conceito de arte pode variar tanto na forma de ser produzida como na de ser recebida. Afinal, arte é o resultado da cultura de cada povo, dos valores, dos anseios e da subjetividade humana.
 
A arte pode revelar as tensões sociais, confrontos, interesses. Pode ser um reflexo da sociedade. Se a arte já foi capaz de revelar os conflitos de uma sociedade, também houve quem, através dela, superasse essas mesmas barreiras. Antônio Francisco Lisboa, também conhecido como Aleijadinho, era negro. E mesmo vivendo na escravocrata Ouro Preto do século 18 era reconhecido como um grande artista. Ele é, até hoje, o nosso maior mestre da escultura.
 
Joaquim Maria Machado de Assis é outro exemplo de superação. Nasceu no século 19, era filho de uma lavadeira e um pintor de paredes. E mesmo com todas as dificuldades que um negro enfrentava para ser letrado naquela época, acabou se tornando o maior escritor brasileiro de todos os tempos.
 
E a influência da África não acaba em samba. Aliás, sequer se restringe ao Brasil. Rock, jazz, blues, soul, hip hop, funk... a imensa maioria dos ritmos que tocam nas rádios e nos mp3 do mundo inteiro bebeu na fonte da música africana.
 
Em todo o país, existem projetos em arte-educação que vêm obtendo bons resultados no enfrentamento do preconceito e na promoção do multiculturalismo. Um deles acontece em Araraquara-SP, na escola estadual Antonio Lourenço Corrêa, que trabalha a educação artística mostrando aspectos tradicionais e modernos do continente africano. O ponto de partida foi a obra de Carybé, a partir daí religiosidade e diversidade entraram definitivamente no projeto pedagógico da escola.
 
Promover a autoestima, combater o preconceito e valorizar o multiculturalismo. Esses também são os objetivos da escola EMEF Amadio Daisy Fujiwara, em São Paulo. A escola atende a muitos alunos afro-descendentes que, no passado, tinham um histórico de terem passado por situações de racismo dentro e fora de sala de aula. Foi quando a escola decidiu iniciar um trabalho para combater essa situação, em 2001 com a oferta de livros paradidáticos para tratar da temática afrodescendente, inclusive o material de A Cor da Cultura, e, logo depois, apresentaram o guia de propostas curriculares e expectativas étnico-raciais para trabalhar na formação dos professores.
 
Segundo a professora Maria Cecilia Pinto Silva, a arte é um instrumento poderoso: “nós levamos as crianças ao teatro, ao cinema, eles veem vídeos, veem filmes na televisão, isso é muito importante para criança”. O trabalho com a imagem que as crianças fazem de si mesmas, se desenvolveu e se enriqueceu a partir dessas leituras.
 



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