segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Atividades Outubro - Futebol

Futebol...



Atividades Outubro - Dança Afro

 Dança Afro...
 Abebé de Ouro




Atividades Outubro - Capoeira

Outubro - Capoeira...


Um trecho da matéria "Capoeira Gingado que veio da África", Revista Escola...

 ...
. AS CARACTERÍSTICAS DA DANÇA 

Dança, luta ou jogo? É preciso conhecer a origem e a natureza da capoeira para melhor apreciá-la...a capoeira era usada como defesa. Com o passar do tempo, ela ganhou as ruas e evoluiu para uma dança que tem o principal elemento de um jogo: o desafio. A garotada também entendeu que a capoeira preserva o espírito da dança coletiva. Para que aconteça, são necessárias pelo menos duas pessoas com passos combinados. Na rodas, os capoeiristas ensinaram à turma movimentos como ginga, armada, meia-lua, cabeçada, rasteira e queixada.
...o aprendizado acontece quando os alunos se apropriam da manifestação cultural e ela passa a ser espontânea...


Atividades - Outubro...Educação Infantil e Reforço Escolar

Atividades de Outubro...

Educação Infantil
 Reforço Escolar


A cultura negra em sala de aula
ERROS 

- Abordar a história dos negros a partir da escravidão.

- Apresentar o continente africano cheio de estereótipos, como o exotismo dos animais selvagens, a miséria e as doenças, como a aids.

- Pensar que o trabalho sobre a questão racial deve ser feito somente por professores negros para alunos negros.

- Acreditar no mito da democracia racial.
ACERTOS 

- Aprofundar-se nas causas e consequências da dispersão dos africanos pelo mundo e abordar a história da África antes da escravidão.

- Enfocar as contribuições dos africanos para o desenvolvimento da humanidade e as figuras ilustres que se destacaram nas lutas em favor do povo negro.

- A questão racial é assunto de todos e deve ser conduzida para a reeducação das relações entre descendentes de africanos, de europeus e de outros povos.

- Reconhecer a existência do racismo no Brasil e a necessidade de valorização e respeito aos negros e à cultura africana.
 Na infância, parece que somos iguais 
A história de Creuza Maria de Souza Yamamoto, professora da rede municipal de São Paulo, comprova os resultados da dissertação. Ela só se deu conta do racismo na vida adulta. "Na infância, parece que somos todos iguais e eu tentava me enxergar como meus colegas brancos. Mas minha cor era sempre motivo de piadas", lembra. Atenção e carinho dos professores não fazem parte das lembranças de Creuza. Ela ouviu mais de uma vez frases do tipo: "Ah... esses alunos são burros. Não dá para esperar muito deles". Adulta, optou pelo magistério e, na sala dos professores, o preconceito permanecia o mesmo. "No auge de uma discussão com uma colega, ouvi que meu lugar era na cozinha e não em sala de aula", conta. Creuza era a única professora negra da escola. Hoje, em outra escola, a primeira atividade que faz ao assumir uma turma nova é medir a intensidade do preconceito em seus alunos. Bonecas negras e brancas são colocadas no centro da sala de aula para chamar a atenção das crianças. "Infelizmente, quase sempre as bonecas negras são ignoradas, até mesmo pelos alunos negros."

Relação melhora com discussões 

A escolarização significou para Marizeth, Creuza e os personagens ouvidos por Patrícia Santana uma possibilidade de ascensão social. E se tornar professor, além de ser um caminho para a melhoria de vida, foi uma escolha política. "Eu não quero que meus alunos negros sofram o tanto que eu sofri", afirma Marizeth. Assim, sempre que possível, elabora projetos pedagógicos e lança discussões sobre as relações raciais em sala de aula. O trabalho tem dado resultado. A relação entre os alunos negros e brancos está melhor e com a valorização da cultura negra, agora Juliana sabe que pode ficar bonita com suas tranças, diferentemente do que acontecia com a menina Marizeth. "E pensar que eu tinha a cabeça cheia de feridas por causa do creme que meu pai aplicava para alisar meus cabelos", lembra, emocionada. Esses exemplos valem uma reflexão: com quantas situações de preconceito e discriminação você depara todos os dias?

Lei institui valorização da África 

Da geração das professoras Marizeth e Creuza à de Juliana e Roseane, os negros alcançaram importantes conquistas na educação. E somente agora há sinais concretos de mudanças para o futuro nas relações inter-raciais. Primeiro foram os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que orientam a promoção da igualdade em um dos temas transversais, Pluralidade Cultural. Mas um passo muito maior e mais significativo para o ensino foi dado com a Lei no 10.639. "A legislação rompe com a ordem dos currículos ao propor um novo conhecimento científico contrário à superioridade da produção cultural europeia", afirma Eliane Cavalleiro, pedagoga e coordenadora-geral de Diversidade e Inclusão Educacional do Ministério da Educacão (MEC). Ou seja, o mundo não se resume às conquistas e derrotas do continente europeu.

O documento determina que a história da África seja tratada em perspectiva positiva, não privilegiando somente as denúncias da miséria que atinge o continente. A importância dos anciãos na preservação da memória e a religiosidade, por exemplo, passam a fazer parte dos conteúdos, assim como o conhecimento da contribuição dos egípcios para o desenvolvimento da humanidade. As marcas da cultura de raiz africana devem ser ressaltadas particularmente em Artes, Literatura e História do Brasil. E mais. Os professores precisam valorizar a identidade negra e ser capacitados para destruir o mito da democracia racial no Brasil, criado durante o regime militar (1964-1985). "Quem estudou nas décadas de 1970 e 1980 aprendeu nos livros que o apartheid era um fenômeno de segregação racial restrito à África do Sul e que no Brasil não existia racismo. Não podemos mais acreditar nisso", afirma Cidinha da Silva, historiadora e presidente do Instituto da Mulher Negra (Geledés), de São Paulo.

Pesquisas e música afro 

A lei só sairá do papel se você tiver acesso a material e formação sobre a temática racial na educação. Portanto, agora é hora de buscar bibliografia sobre o assunto, eleger o tema para discussão em grupos de estudos e fomentar a criação de cursos em sua escola e cidade sobre educação anti-racista.

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo distribuiu 58 mil livros de literatura e de formação para a maioria das escolas da cidade. Foi lançado um kit com 40 títulos que valorizam a cultura e a identidade negra, como Menina do Laço de Fita, de Ana Maria Machado, e Felicidade Não Tem Cor, de Júlio Emílio Braz. O pacote inclui capacitação a 3 mil coordenadores das salas de leituras de escolas paulistanas. "Nossa opção de promover uma prática de igualdade racial parte de uma bibliografia. Esse é apenas um caminho", afirma Marilândia Frazão, assessora de assuntos de política pública e ações afirmativas da secretaria de Educacão de São Paulo.

Algumas cidades têm trabalhos na mesma linha e o resultado aparece nos projetos que começam a pipocar. O professor de História Eduardo Benedito Leite de Almeida, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. João Alves dos Santos, em Campinas (SP), explorou a pesquisa científica com turmas de 7ª série em um trabalho interdisciplinar. Entrevistas, questionários, leitura de livros, revistas e jornais, seminários, confecção de cartazes, desenhos, charges e histórias em quadrinhos ocuparam os alunos por todo o ano letivo. Os temas eram variados, mas todos ligados às relações inter-raciais. Um grupo de alunos pesquisou com moradores da comunidade ao redor da escola se existia racismo no Brasil, outro registrou tudo sobre as festas religiosas africanas e um terceiro conheceu manifestações folclóricas, como a congada.

Leitura e interpretação de indicadores sociais sobre a população negra foram feitas nas aulas de Matemática. Um dos objetivos do projeto era a produção de material de pesquisa. Assim, tudo era registrado em vídeo, fotografias ou artigos publicados no jornal da escola, como a oficina de maracatu. Nessa etapa, o professor contou com a participação de um grupo do movimento negro, que ensinou aos alunos a importância das batidas e dos significados desse ritmo africano. Uma das orientações da Lei nº 10.639 é contar com os membros do movimento negro para elaborar projetos pedagógicos. "O trabalho ainda não acabou, mas já é possível perceber mudanças significativas no tratamento entre os alunos e no interesse pelas coisas da África", conta Eduardo.

O projeto foi um dos vencedores do prêmio Educar para a Igualdade Racial, promovido pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), de São Paulo. Uma ótima fonte de experiências sobre combate ao racismo nas escolas. "O próximo passo é estabelecer indicadores de uma boa prática em classe. Ainda há disparidade entre o discurso de reconhecimento do racismo e as atividades pedagógicas", diz Isabel Aparecida dos Santos, assessora pedagógica do Ceert.

A identidade da criança negra 
O trabalho de educação anti-racista deve começar cedo. Na Educação Infantil, o primeiro desafio é o entendimento da identidade. A criança negra precisa se ver como negra, aprender a respeitar a imagem que tem de si e ter modelos que confirmem essa expectativa. Por isso, deve ser cuidadosa a seleção de livros didáticos e de literatura que tenham famílias negras bem-sucedidas, por exemplo, e heróis e heroínas negras. Se a linguagem do corpo é especialmente destacada nas séries iniciais, por que não apresentar danças africanas, jogos como capoeira, e músicas, como samba e maracatu?

Em Artes, a professora Simone Marambaia Lins de Carvalho, da Escola Fundação Bradesco, no Rio de Janeiro, trabalhou máscaras africanas com turmas de 1ª série. Um dos eixos do projeto Ser Negro, sem Preconceito era desmitificar estereótipos da África. Os alunos pesquisaram curiosidades do continente africano até chegar à arte, como a cultura de Benim, na Nigéria, produtora de máscaras religiosas. Papelão, tinta e cola renderam modelos coloridos e divertidos para afastar os maus espíritos. Para a compreensão da realidade atual do negro no Brasil, a turma conheceu como era o cotidiano das crianças na época da escravidão, analisando imagens. As obras de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), que foram comparadas às fotografias publicadas em jornais atuais, dão um panorama crítico da situação do passado e do presente. "Ainda há muito sofrimento e violência contra a criança negra, mas o contraponto do projeto estava na alegria e na majestade da cultura africana", explica a professora. Tudo como deve ser. Sem constrangimentos nem mitos equivocados.
Um histórico das lutas e conquistas recentes
A ciência dos séculos 18 e 19 considerava que os brancos possuíam maior capacidade intelectual. Depois vinham os índios e, por último, os negros. Alguns estudos afirmavam que os negros se situavam abaixo dos macacos. "Qualquer que seja o grau dos talentos dos negros, ele não é a medida dos seus direitos", Thomas Jefferson (1743-1826), político americano.

1948 - Uma das mais significativas experiências de mobilização negra foi o jornal Quilombo, editado no Rio de Janeiro. A edição nº 0, ano 1, trazia a seguinte afirmação: "Nos dias de hoje a pressão contra a educação do negro afroxou (sic) consideravelmente, mas convenhamos que ainda se acha muito longe do ideal".

1949 - 1º Congresso do Negro Brasileiro. Temas abordados: sobrevivências religiosas e folclóricas; formas de luta (capoeira de Angola, batuque, pernada); línguas (nagô, gegê, língua de Angola e do Congo, as línguas faladas nos anos de escravidão).

Década de 1950 - Iniciam-se os primeiros estudos sobre preconceitos e estereótipos raciais em livros didáticos no Brasil.

Décadas de 1960 e 1970 - Os militares oficializaram a ideologia da democracia racial e a militância que ousou desafiar esse mito foi acusada de imitadora dos ativistas americanos, que lutavam pelos direitos civis. O mito da democracia racial persiste até hoje.

Década de 1980 - Retomada dos estudos sobre preconceitos e estereótipos raciais em livros didáticos. Os resultados das pesquisas apresentam a depreciação de personagens negros, associada a uma valorização dos brancos.

1984 - Em São Paulo, a Comissão de Educação do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e o Grupo de Trabalho para Assuntos Afro-Brasileiros promoveu discussões com professores de várias áreas sobre a necessidade de rever o currículo e introduzir conteúdos não discriminatórios.

1985 - A comemoração de 13 de maio foi questionada pela Comissão por meio de cartazes enviados às escolas do estado de São Paulo. O material também exaltava 20 de novembro como data a comemorar a consciência negra.

1986 - A Bahia inseriu a disciplina Introdução aos Estudos Africanos nos cursos de Ensino Fundamental e Médio de algumas escolas estaduais atendendo a antiga reivindicação do movimento negro.

1996 - Entre os critérios de avaliação dos livros didáticos comprados e distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) foram incluídos aqueles específicos sobre questões raciais.

1998 - Inclusão da Pluralidade Cultural entre os temas transversais nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

2003 - A publicação da Lei no10.639 tornou obrigatório o ensino da História da África e dos Afro-brasileiros no Ensino Fundamental e Médio.

Fonte: estudos e pesquisas de Benilda Regina Paiva de Brito e Fúlvia Rosemberg
Quer saber mais?
Contatos 
Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), R. Duarte de Azevedo, 737, 02036-022, São Paulo, SP, tel. (11) 6978-8333, internet: www.ceert.org.br

Escola Classe 16, Q 06 área especial, setor Sul, 72415-060, Gama, DF, tel. (61)556-2553

Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. João Alves dos Santos, Estr. dos Amarais, 635, 13067-170, Campinas, SP, tel. (19) 3281-2694

Fundação Bradesco, R. Haddock Lobo, 253, 20260-131, Rio de Janeiro, RJ, tel. (21) 2503-1664

Bibliografia
Almanaque Pedagógico Afrobrasileiro
, Rosa Margarida de Carvalho Rocha, 167 págs., Ed. Mazza, tel. (31) 3481-0591, 29 reais




CAPOEIRA MIX

Participação do Terreiros do Futuro no Capoeira Mix...

Oficina Dança Afro


O CAPOEIRA MIX, é realizado anualmente pelo Mestre Júnior Orca, do Grupo Terra do Sol- Mestre Índio. O Evento é instrumento de fortalecimento da cultura afro-brasileira, contando com a participação de diversos Grupos de Capoeira locais e convidados. O Instituto agradece o convite do Mestre e reforça a parceria para outros eventos.

O Projeto foi representado por Alexsandro Chagas (Coord. Financeiro), Flaviana Maia (Instrutora de dança), Laura Araújo (Bolsista) & Nathanael Andrade (Bolsista), enriquecendo o evento com uma oficina de dança afro. O Instituto Terreiros do Futuro tem a capoeira como um braço forte para o projeto, é uma das atividades  mais completas, agregadora, disciplinar, de grande importância no fortalecimento da identidade, educa brincando, de forma descontraída, meio de inclusão social e resgata a cidadania, são muitos os valores integrados a prática da Capoeira.   





Origens Africana num País chamado Brasil...


Origens Africana num País chamado Brasil...

http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/origens-africanas-num-pais-chamado-brasil-431343.shtml

                 Neste vídeo, você conhece o trabalho de música realizado pela Educadora Nota 10 de 2008, Luciana Nascimento Santos, de São Paulo. As crianças conheceram as origens africanas da música brasileira, aprenderam a tocar instrumentos de percussão, fizeram uma pesquisa sobre imagens e figurinos das danças tradicionais e estudaram a capoeira.


                  Dançar, batucar e cantar são formas de manifestação que fascinam desde que o homem é homem. Ao longo de pelo menos 130 mil anos da trajetória humana no planeta, combinações de gestos, ritmos e sons foram capazes de exprimir, a um só tempo, costumes, tradições e visões de mundo de incontáveis povos e grupos sociais. Em poucas palavras, tanto a música como a dança transmitem cultura. É papel do professor mostrar essa ligação - sem deixar de lado, claro, o aspecto lúdico que só não encanta "quem é ruim da cabeça ou doente do pé", como diz o histórico Samba de Minha Terra, de Dorival Caymmi.


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AQUI TEM + CONTEÚDO SOBRE A ARTE E A ÁFRICA:



ô cirandeiro, cirandeiro ó, a pedra do teu anel brilha mais do que o sol...

Atividades de Outubro
...bicicletas,bolos e outras alegriiias, festa de criança é todo dia... 




Entre na roda

Brincar de ciranda estimula as crianças a desenvolver movimentos e conhecer como culturas diferentes vivenciam a dança

Lorena Verli

CONFIRAM A MATÉRIA NA ÍNTEGRA... 


...e, por ser uma atividade que obrigatoriamente tem de ser realizada em grupo, os pequenos aprendem a importância de se relacionar com os colegas, respeitando o espaço e a vez de cada um, segundo Arlenice Juliani, arte-educadora do Grupo de Estudos de Danças Circulares. Esse é um ponto importante a ser trabalhado durante as cirandas, já que explorar atitudes cooperativas e solidárias é um dos principais objetivos da Educação Infantil...

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

PLANOS DE AULA - LEI 10.639/03


PLANOS DE AULA - LEI 10.639/03




                Em comemoração aos 10 anos da Lei 10639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afrobrasileira e africana nas escolas públicas e privadas do Brasil, Geledés Instituto da Mulher Negra lançará em 2013 o Concurso Plano de Aula, que visa contribuir com o fortalecimento da lei 10639/2003 e do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Etnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana.

O Concurso Plano de Aula premiará plano de aula sobre a lei 10639/2003, que tenha sido realizado por professoras e professores da educação básica das redes pública e privada no ano de 2012. As propostas enviadas por educadoras e educadores integrarão o Banco de Plano de Aula (vai ser criado um banco de plano de aula diferente do que já existe? Como ele se diferenciará dos que já estão no Portal? Como será feito um destaque para os do concurso?) , a ser constituído por de Geledés, que será disponibilizado para download gratuitamente.

Todas as informações para participação no Concurso Plano de Aula estarão disponíveis a partir de Janeiro de 2013.

Princesas Africanas: Cadernos de leituras compartilhadas


Princesas Africanas: Cadernos de leituras compartilhadas


http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/educacao/planos-de-aula/15329-princesas-africanas-cadernos-de-leituras-compartilhadas


Outubro


Abolição no Brasil: Uma alegoria do descaso.

Prof. André Araújo


                     Durante muito tempo a historia oficial tratou da questão escravista no Brasil e sua consequente derrocada como algo que foi fruto das idéias iluministas que ganharam repercussão em todo mundo, aliadas às pressões inglesas para que o Brasil utilizasse mão-de-obra livre, de modo que se criasse um mercado interno assalariado e consumidor que pudesse disputar mercados internacionais de forma justa. Para tal, o Brasil teria de forma lenta, gradual e sem maiores agitações criado as leis abolicionistas para extinção da escravidão.
A abolição teria acontecido, para a historiografia tradicional, através das leis que culminaram no evento do 13 de maio de 1888. Dentre elas: Lei Feijó proibindo o tráfico e considerando os africanos introduzidos no Brasil a partir desta data como livres (esta lei ficou conhecida popularmente com a "lei para Inglês ver", pois havia um acordo desde 1826 em que o Brasil se comprometia em abolir a escravidão em um período de três anos e foi algo que foi largamente burlado pelos escravocratas brasileiros; Lei Eusébio de Queiroz para extinguir o tráfico em 1850; a lei do ventre livre em 1871 que declarava livres os filhos de escravos nascidos a partir dessa data, mas os mantinham sobre a tutela de seus senhores até atingirem a maioridade aos 21 anos; a lei Saraiva Cotegipe ou lei dos sexagenários em 1885, que concedia a liberdade para escravos com idade superior a 60 anos; e finalmente a lei Áurea em 13 de Maio de 1888. Teria sido resolvido de forma bem sucedida o problema da escravidão que durou cerca de 350 anos no Brasil.
Esta versão ensinada por muito tempo nas escolas traz um enorme prejuízo para a avaliação do processo da queda do regime escravocrata que tantos males trouxe para o Brasil. O primeiro que se pode identificar surge de um questionamento. Durante este processo onde estavam e o que faziam os escravos? Pois bem, esta história factual e encabeçada pelos heróis abolicionistas e a Corte brasileira exclui do processo as pessoas que viveram a experiência do cativeiro. A abolição aparece como uma dádiva do imperador e das pessoas iluminadas que viram neste ato uma forma de resolver um problema que se tornara insustentável. Se a memória se faz com pessoas (pessoas em toda sua pluralidade que se possa imaginar) e lugares, nesta versão tradicional faltam as pessoas que sofreram as amarguras da escravidão durante cerca de 350 anos e toda a sua complexa rede de relações e atitudes diante desta prática atroz. Faltam os escravos africanos e os cativos nascidos nas terras brasileiras (conhecidos como crioulos). O lugar reservado para se pensar estes sujeitos era o do que recebia a chicotada de forma pacífica e largado a toda sorte de sofrimentos físicos e psicológicos.
O dia 13 de maio passou a ser comemorado como o dia da abolição da escravidão. Dia que as pessoas rememoravam o fim da escravidão, mas os significados que estas comemorações oficiais se propunham não tinham nada de emancipador ou que revigorasse a auto-estima dos descendentes dos cativos. A exemplo disso, vimos no dia 13 de maio de 1943 uma matéria no jornal A Tarde que trazia uma imagem de um evento em comemoração a abolição. Neste evento crianças depositaram flores em frente a uma estátua de castro Alves, na praça homônima do poeta. Fotografaram crianças, em sua maioria negras ou pardas, em frente ao monumento dedicado a Castro Alves, o "cantor dos escravos", como os jornalistas nomeavam o poeta Castro Alves. Salientava-se na matéria que a campanha abolicionista teve grande participação de ilustres políticos baianos e todos assistiam a um espetáculo onde as amarguras e a problematização do legado da escravidão desapareciam completamente. Jornalistas demonstravam preocupação pelo atual esquecimento das festividades que outrora tinham esta data. Os mesmos jornalistas, enquanto isto, participavam orgulhosos de um evento em que crianças entoavam hinos patrióticos em sua redação. Evento que cujas crianças declamavam poesias de Castro Alves e cantavam os patrióticos hinos em comemoração aos feitos dos políticos abolicionistas.
Um trecho de uma belíssima música de Bob Marley chamada "Redemption Song" sugere que uma mudança no olhar para este tipo de abordagem sobre a escravidão vem sendo apregoado pelo mundo, principalmente nos locais que tiveram um papel protagonista na recepção de seres humanos da diáspora africana. Como no Caribe, Brasil, EUA entre outros. Diz a música:
"Emancipate yourselves from mental slavery.
None but ourselves can free our minds"
(Liberte-se da escravidão mental.
Ninguém além de nós pode libertar nossas mentes).

Este cantor que é um dos ícones da música negra no mundo sugere-nos que o papel na mudança das vidas das pessoas comuns está cada dia mais nas mãos das mesmas. Esta música citada começa falando sobre o rapto de pessoas na África e o comércio de suas vidas. Ressalta que mesmo depois de tantas amarguras essas pessoas escravizadas sobreviveram e seguem triunfantes, mesmo depois do assassinato de muitos de seus descendentes. Infelizmente em vez de serem analisadas em seu potencial pedagógico e ser enfatizada a mensagem de aumento da auto-estima e importância da população negra contidas nesta música, segue a idéia de marginalizar o reggae, uma música predominantemente negra, tratando-o como música de drogados e potenciais criminosos.
Quando acompanhamos o que estava disposto na lei Áurea, percebemos que os políticos não estavam preocupados com os destinos dos despossuídos. Não estavam preocupados em garantir-lhes. Não passava pelas discussões dos mesmos abolicionistas a importância de que os ex-cativos pudessem exercer suas práticas culturais, a exemplo a capoeira e sua religiosidade, livres de restrições. Pelo contrário, os resquícios do que se preservara da cultura africana no Brasil era proibido e perseguido.
A lei Áurea declarou que estava extinta a escravidão no Brasil e revogavam-se disposições em contrário. Nada mais! O que esta lei impunha e a comemoração do dia promulgação da mesma não auxilia a pensarmos a população negra como protagonista de sua história, nem tão pouco problematizar os problemas oriundos de um longo processo de escravização de um povo e a negligencia do Estado frente às demandas desta população liberta sem propriedade ou qualquer reparação.



Atividades de Setembro

Atividades de Setembro...
FUTEBOL
Disciplina, admiração e respeito, acreditamos que esse conjunto de palavras expressam todo trabalho realizado com as crianças e adolescentes que praticam futebol na Escolinha Gol do Futuro.




CAPOEIRA CATENDÊ

Roda de conversa semanal, é realizado todo um trabalho pedagógico com as crianças e jovens participantes do Projeto, o Instituto reforça a cada dia a importância da família, valorizando a educação e identidade.


 Alongamento com o Professor Thiago Silva


DANÇA (BALÉ AFRO)

Trabalhamos com a educação popular, onde aprende quem ensina, e ensina quem aprende, porque "nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos"





REFORÇO ESCOLAR E EDUCAÇÃO INFANTIL


Atividade...trabalhando a diversidade!

"Menina Bonita do Laço de Fita"

Leitura do Mês escolhida pelas crianças;;;

CADERNOS GELEDÉS: Edições Comemorativas de 23 anos


CADERNOS GELEDÉS: 

Edições Comemorativas de 23 anos



LEI 10.639 - Coleção História Geral da África em português - coleção completa

-Projeto Terreiros do Futuro -
 EDUCAÇÃO E IDENTIDADE...

LEI 10.639 - Coleção História Geral da África em português - coleção completa





Calendário Negro - Setembro


CALENDÁRIO NEGRO - SETEMBRO



04 - Promulgação da lei Euzébio de Queiroz, extinguindo o tráfico de escravos no Brasil / 1850

07 - Criação do Grupo União e Consciência Negra do Brasil / 1981

10 - Morte do líder angolano Agostinho Neto / 1979

12 – Assassinato de Steve Biko, lider sulafricano, idealizador da Consciência Negra

11 - Independência do Senegal, África / 1960

14 - É fundado o jornal O Homem de Cor, o primeiro da imprensa negra brasileira / 1833

16 - Fundação da Frente Negra Brasileira, maior entidade da primeira 
metade do século, primeiro partido político de afro-descendentes/ 1931

18 - Circula o primeiro número do jornal A Voz da Raça, jornal da Frente Negra / 1933

18 - Decreto do Presidente Getúlio Vargas diz que o Brasil precisa 
desenvolver, em relação à imigração, "as características mais convenientes de sua ascendência européia"

21 - Independência do Mali / 1960

22 - Libertação jurídica dos escravos nos EUA / 1862

22 - Independência do Mali, África / 1960

23 – Dia Internacional contra a exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças

24 - Independência da Guiné-Bissau, África / 1973

27 - Dia dos Idosos

28 - Aprovada a Lei do Ventre Livre / 1871

28 - Assinada a Lei do Sexagenário / 1885